domingo, 13 de julho de 2014

Aceitaria, Tequila ?


Eu nunca escrevi um texto pra você, aquariano, 1 ano e 6 meses, olhos azuis, e manchado de marrom.
Tequila, seu nome de fêmea reflete que eu nunca soube sua sexualidade, mas isso não me importa se não te importar, você me atende quando te chamo assim, então, te chamarei assim sempre que você vir até a mim.
Você foi meu primeiro amigo em Niterói, e você foi o único que veio comigo (literalmente) onde eu fosse.
Sou muito grata a isso: Sou a pessoa mais feliz do mundo quando eu acordo e você tá deitado no pé da minha cama, e quando eu me mexo muito (deixando bem claro que eu acordei) você vem miando até a mim e deita do meu lado dando bom dia e pedindo carinho.
Me sinto importante quando não durmo em casa, e você fica miando pela casa me procurando e procura alguma roupa com meu cheiro pra dormir em cima (porque já me contaram isso).
Acho uma graça quando compro comida diferente pra você, e você fica roçando na minha perna (por puro interesse).
Arranhões, mordidas, pequenas cicatrizes... Nada disso me faz desgostar de você, porque todas as vezes que eu chorei, você ficou me olhando com aquela cara de dó (que eu sei que não é pena), e ficou miando 'pãããããoo' até eu rir. Você deita na minha barriga (e deve ser muito confortável por sinal) e fica ali hoooooooras me olhando, nem que seja eu dormindo.
Acho 1 ano e meio pouco tempo demais pra gostar tanto de um gato como eu gosto de você. Logo eu que mantenho distância de todos os tipos de relações que eu puder. Com você isso nunca ocorreu. E com isso chego a uma conclusão: Eu gosto mais de você do que eu gosto de pessoas.


~ Para Tequila, meu gato que não vai ler isso, não vai entender se eu ler, e nem vai se importar. Mas não interessa, é ele quem está deitado do meu lado, hoje, o dia inteiro só pra me fazer companhia com minha garganta e meu joelho doendo. Obrigada Tequila, mas espero que os seus 'presentinhos' (fezes e insetos caçados) ainda fiquem bem longe de mim, e exatamente na sua caixinha de areia. Mamãe te ama <3 div="">


 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Amizades ?


O que escrever para a próxima coluna? Listo prováveis assuntos: o mercado de trabalho, homens que cospem catarros horrorosos pelas ruas, minha bunda, sexo sem amor, a necessidade de ter alguém pra chamar de amor. Demoro um dia inteiro para me decidir porque sou indecisa. Não me decido por nenhum porque sou possessiva e filha mais nova: quero todos. Então vamos lá, seguindo a ordem.

Milhares de pessoas nascem e morrem, milhares de relacionamentos começam e terminam, um objeto que quebra, a garrafa de café quase vazia, uma amizade de anos que já não é a mesma.. Tudo, do simples ao inabalável, tudo chega ao fim. E há milhares de finais acontecendo todo dia.

E eu preciso aprender a selecionar amizades e por fim nelas. Hoje em dia nem todo mundo é amigo de verdade. Amigo de verdade não é aquele que sempre te atura triste, denso e monotemático. Mas o que te fala: mano, tu tá mala. Com amizades verdadeiras podemos ser sinceros, e nem sempre agradáveis, podemos ser apenas nós mesmo. Aos meu inimigos eu mando um beijo, para meus amigos é um hi five, uma tequila na mão e muita curtição. Pra mim é preciso sinceridade. Existe essa coisa incrível chamada nobreza de caráter e fofurinha de alma. A vontade de aceitar a vida, perdoar as traições, alegrar pessoas, gostar das pessoas como elas são.

Mas hoje em dia é tanta hipocrisia, tanta gente vazia, tanto assunto inútil, que ando com preguiça de conhecer pessoas… Não entendo essas pessoas que sorriem de mais, quem elas querem enganar com aqueles sorrisinhos falsos? A mim que não vão. Quando notei que algumas amizades eram assim, tive um certeza: esses não servem nem pra amigos que você cumprimenta quando cruza na rua uma vez a cada quinze anos.

Isso por que um milhão vezes zero é zero. Ou seja: eu não coloco mais intensidade onde não tem nada, tô fugindo de encrencas. O problema é que as vezes é em círculos. E tentando manter um padrão aceitável nessas amizades.

Mas a verdade é que eu odeio o equilíbrio. Porra, se eu tô puta, eu tô puta! Se eu tô com ciúme, não vou sorrir amarelo e mostrar controle porque preciso parecer forte e bem resolvida. Assim, comecei a selecionar muito as minhas amizades. O problema é que eu sofro sendo assim, eu sofro porque, quando você acha mais da metade do mundo babaca, você passa muito tempo sozinho.

Assim, desisti de amizades perfeitas. A minha rinite não aguenta mais meus sonhos virarem pó. Mas já tenho a solução: Eu só preciso levar a vida, desfocar do sonho que me deixa míope e enxergar além. Só isso.




sexta-feira, 4 de julho de 2014

Gostar.

Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido.

Permita-se. Se você acha que no fundo mesmo, apesar de todas essas ligações e palavras em inglês que só querem dizer que você não sabe o que está falando, o que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. Permita-se. Porque eu não quero que você tenha essa pressa ao ponto de ajudar com as próprias mãos. Eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. E mata tudo que há em volta. E explode os relógios. E chega aos poucos ainda que você ainda não saiba nem quem é pouco e nem quem é lento. Porque você morre. Se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém. permita-se.


Eu não faço a menor ideia de como esperar você me querer. porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais.

Eu não quero ir embora e esperar o dia seguinte, porque cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo, se você puder passar a noite em claro comigo porque não consigo dormir de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum equilíbrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho, permita-se. 

Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Meninices ~ Ou, apenas eu, menina.



Eu disfarço muito bem e quase ninguém percebe. Tem um monte de gente por aí que acha que me conhece o suficiente. Outros tantos acham que sabem o bastante sobre a minha vida. Entra no meu mundinho secreto quem eu deixo. Acho que a gente não deve escancarar a vida, tem coisa que é só nossa e de mais ninguém. Quanto mais a gente dá liberdade para os outros mais eles se sentem no direito de se intrometer e dar palpite. Não gosto, pois da minha vida cuido eu. Das minhas coisas só eu sei. Do meu amor só eu entendo e sinto.

Acredito que tudo que a gente faz acaba de uma forma ou de outra voltando pra gente. Não sei se é bem assim que funciona, mas prefiro guardar essa pontinha de esperança pra botar mais fé no mundo e nas pessoas. É que elas frequentemente me decepcionam. Prefiro os bichos, que não disfarçam nem ficam fingindo que gostam de você. Eles simplesmente amam sem interesse, amam por amar.

Muita gente me acha bem extrovertida e falante. E eu sou. Mas uso isso como uma espécie de proteção, camuflagem, escudo. No fundo, acredite, sou tímida. Bem tímida. Sou tão tímida que fico vermelha quando me envergonho. Vermelha mesmo, pareço uma cereja (inclusive tinha esse apelido no Ensino Médio). E apesar de ser sagitariana eu odeio aparecer. Juro.

Sempre tive peito grande por isso andei com os ombros curvados e as roupas super largas poe grande parte da adolescência. Tinha vergonha dos meus peitos, de pensarem olha-lá-ela-já-tem-peitão. Eu achava que chamava atenção, tinha pinta na bochecha, era ruiva, peituda, bunduda, então tinha vergonha de ser mulher, queria me esconder, não queria ser notada, não queria me destacar. Era o oposto de todas as meninas da minha idade: todas queriam chamar atenção de alguma maneira. Eu queria me esconder do mundo até o fim do mundo.

Na verdade, acho que sempre tive vergonha do meu lado "mulher". Por isso, até hoje me escondo atrás de meninices. Gosto de pijamas fofos, coisas com fru-frus, abobadices e coisas queridas em geral. E o lado mulher? Cadê a cinta-liga, o batom vermelho o olhar fatal, a jogada de cabelo? Não sei. Sei que isso tudo está em algum lugar de mim, mas acho que por tanto tempo escondi meu lado "uau" que agora ele brinca de pega-pega comigo. Tomara que eu consiga ter a coragem de pegá-lo de uma vez e, enfim, não ter a menor vergonha de me descobrir e ser quem eu, lá no fundo, sou.