terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desabafos de uma louca

Incrível o que hoje em dia as pessoas passam por um suposto amor, aquele sentimento bonito de se ver, de se sentir, de anunciar que se tem, ou então, a tentativa frustrante de desfazer tudo o que se sente por um orgulho besta, por medo de sofrer no futuro, ou quem sabe, na pior da hipóteses por não achar que convém estar com uma pessoa como seu tal e tolo coração escolheu pra bater mais forte.
Ruim é se taxado de bobo, imaturo ou até mesmo infantil por se entregar, sair das vestes de armadura de Cavaleiro Templário medroso, se expor, dar a cara a tapa, ir até o fim, se apaixonar. E pior que isso, só a dúvida cruel de estar na espectaviva, esperando esse cavaleiro templário, que a mais de 25 anos espera a oportunidade de se entregar novamente, e o receio de se machucar fora da armadura ridicula e fajuta, enquanto a doce donzela, que não é mais tão indefesa, rasga suas vestes, entrega-se por inteiro, a esse que deixa eu coração lacrado. Entrega seu tempo, entrega seus olhares, entrega sua atenção, entrega até mesmo a sua paixão - já que todos notam que o desespero bate a cada vez que tal donzela se aproxima -, só não entrega seu amor, sua vida. E a donzela a cada vez mais vê seus sentimentos e a sua vida escorrendo pelos dedos, enquanto seu Dom Quixote tenta - na verdade ele nem tenta, a sua áurea se encarrega disso - conquistar-lá, a mostrar que nem todos são convardes, e a donzela, receosa entrega seu coração lacrado, com aquele selo de coisa nova, a espera do Cavaleiro Templário.
Mas quem sabe não acontecerá que a donzela acabará com quem tem coragem de salvá-la de cara limpa? Ou acordarão, antes de ser tarde demais e ver, que o que é bom demais deve ser lutado, almejado e inspirado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mulher pra outra vida





Conheci a mulher da minha vida. Pra hoje não, que tô cansado demais, e minha única companhia vai ser o controle remoto, um pote de pipocas e minha mão dentro da cueca. Mas pra semana que vem, quem sabe, quando eu tiver a fim de dar umazinha e com um tédio da vida, daí vai vê ela pode servir pro momento, ou tomar alguma atitude inesperada de vadia desvairada, ou mulher independente e indiferente que a faça subir no meu conceito. Depois do sexo, é claro. 
Ela é praticamente perfeita, cara. Daí você pode estar se questionando, ou com uma puta vontade de me perguntar, por que é que eu rejeito chamadas, não respondo essas mensagens e tento ao máximo me encher de programas entre os amigos? Não, te juro que ela não é um canhão. Aliás, bem pelo contrário. Uma baita gostosa. Pernão, cintura fina, boa de sutiã, e aparentemente, boa sem também. Cabelo natural, daqueles que dá vontade de ficar cheirando e passando a mão o tempo inteiro. E uma boca graúda, miudinha, mas quando com batom me dá aquela vontade de tirar inteiro, pra desarrumar um pouquinho tanta vaidade. É gata, tô te falando. O pior: o negócio é mais complexo do que comer e largar fora, entende. Ela se dedica a me mostrar o melhor dela, e em ser especial, única. 
Ainda é inteligente. Se esforça no curso que tá terminando, trabalha e faz tudo isso sozinha, dirigindo pela cidade o carrinho pequeno e popular que os pais deram. Nunca repetiu no colégio, passou de primeira no vestibular e faz as palavras cruzadas de manhã, comendo iogurte logo depois de lamber a tampa. Não me liga a cobrar, e nem a toda hora. E brother, ela entende ainda aquelas nossas figuras de linguagem, e ironias. Faz piadas nos momento adequados, e com a dose certa de humor - nem querendo bancar a palhaça desesperadamente, e nem com o ar arrogante dos pessimistas. Corre no calçadão um dia sim e outro não, e tem um puta gosto musical. Entende de música, assim como compreende todo o resto de um mundo que eu desconhecia até então. Lava a louça depois do jantar, mija de porta fechada, e toma cerveja. Cara, ela toma cerveja! Ponto positivo, eu sei. Além de, não ser fresca para comer. Gosta de tudo, menos de tomate - assim como eu; olha que coincidência. Me arriscaria até mesmo a dizer que, se fosse em outra vida, ela era mesmo a mulher com quem eu envelheceria do lado, e teria netinhos, e todas aquelas pieguices que a gente quer, e no fundo nem deixa claro.
E então, aqui estou eu, te contando que me policio pra não atender esse mulherão em potencial, e me vigiando pra não encher demais a bola da musa, e sim, correr da esfinge. Seria completamente melhor estar agora do lado de uma lady, bebendo cerveja, vendo filmes de ação (que ela também adora), fazendo sexo e admirando o corpo violão que ela tem. Ela é gente fina, gostosa, engraçada e inteligente. Só tem um defeito que vale por tantas boas qualidades: gosta demais de mim. Gosta tanto que me deixa livre, e desimpedido, apenas conhecedor do sentimento que ela nutre pela minha pessoa desprezível, quiçá esperando que eu tenha um pouquinho de decência e me apaixone por ela de volta também. E não consigo, não rola. Tento, e falta algo, um quê a mais, uma loucura que ela cometa e me faça identificar os possíveis futuros sinais de felicidade, ou um sumiço que me faça se tocar: olha, até sinto sua falta. Mas não. Ela está ali, sempre quando preciso, e eu não quero ir adiante porque eu sei que o estrago será grande. E que minha mediocridade é grande demais pra todo o talento que ela tem para ser a melhor mulher do mundo. Por isso é que repasso a ficha, devolvo a carta ao baralho. Ela é mulher demais pra mim, enquanto eu sou homem de menos pra ela. E a única pessoa que não se tocou disso ainda é a musa, a bela. Quem sabe o silêncio a avise, cara. Tenho total ciência de ser mesmo um ridículo, um babaca, um idiota. Burro, eu sei. Até pra filho da puta acho que sirvo. Não sei nem ao menos gostar de quem gosta de mim, porque no momento só sei gostar mesmo é de mim mesmo, e do meu ego mal massageado. Ela que é a mulher certa, na minha hora que é sempre a errada. Espero que ela entenda, e não me odeie. Não pra sempre. Mas ó: é gostosa, hein.


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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Diálogo.

Seu melhor amigo: O que aconteceu?
Garoto: Ela é simplesmente demais para mim.
Seu melhor amigo: O que te fez dizer isso? O que ela fez de errado?
Garoto: Bem, por um lado… Ela só se preocupava com sua aparência.Sempre demorava para se vestir! Tão insegur …
Seu melhor amigo: Então, você quebrou o coração dela, porque ela queria manter os seus olhos fechados sobre ela? Ela queria que você visse que tem a garota mais bonita e não deveria pensar de outra forma? É…
Garoto: Ah… Bem… Ela muitas vezes me manda mensagens me perguntando onde eu estou, com quem estou, me dizendo para não fumar, não beber. Ela é tão apegada!
Seu melhor amigo: Então, você quebrou o coração dela, porque ela se preocupa com seu bem estar? Porque ela se importa com você? E seu maior medo é perder você. É…
Garoto: Mas… Ah… Bem, ela sempre chorava. Ela não pode lidar com qualquer coisa. Ela é um bebê chorão!
Seu melhor amigo: Então, você quebrou o coração dela, porque ela tem sentimentos? E porque ela só queria ouvir você dizer que ama? É…
Garoto: E… Bem! Você sabe, ela tinha ciúmes. Eu mal podia falar com outras meninas! Ela é tão irritante!
Seu melhor amigo: Então, você quebrou o coração dela, porque ela só queria que você se comprometesse com ela? Ela pensou que era fiel, mas você mentiu para ela. Ela só queria que o cara que ela mais ama, amasse somente a ela. É…
Garoto: Bem, ela…
Seu melhor amigo: Você terminou com ela porque ela é boa para você? Ela só queria o melhor para você? Ela está acabada agora, porque você é egoísta. Você está orgulhoso?
Garoto: Eu quebrei seu coração… Porque eu não podia ver o que estava acontecendo… O que aconteceu comigo?
Seu melhor amigo: Você perdeu a garota que te amou como ninguém pode. Você vê? Você não queria ela quando tudo que ela sempre quis foi você. Foi o que aconteceu. 


E no final, a tão doce menina se tornou uma mulher ácida, valorosa, que apenas se importava consigo mesma, e o tal garoto nunca mais a teve, a viu, ou ouviu falar dela, mesmo que a saudade o sufocasse...

domingo, 21 de novembro de 2010

Não


Não segure minha mão, se você não me reerguer quando eu cair no mundo. Não me pegue em casa, se você não quiser aderir minha rotina. Não elogie meu cabelo, se você toca tantos outros por aí, e muito menos meu bom gosto ao vestir, se você não souber valorizá-lo. Não ligue para saber se cheguei bem, se você realmente não se importa. Não me chame de linda, se você costuma pegar coisa pior por aí. E muito menos de querida, se você não fizer questão de o ser também comigo. Não construa planos, quando o que você quer é viver com seus amigos, e nem plante sonhos em meu jardim, se você não pretender regá-lo com freqüência. Não me apresente como amiga, se acordo ao teu lado. Não projete em mim todos os seus medos irreais, caso você não queira realmente saber das minhas fraquezas, dependências, e defeitos. Não me ofereça seu casaco, se sua intenção não for a de me aquecer toda por dentro. Não suma repentinamente, se não quiser ser riscado completamente do meu enredo. Não me convide para viajar para a praia, se você não mantém nem ao menos a promessa de me levar para jantar. Não tire meu sossego, se não é você quem irá me devolvê-lo mais tarde, e não mostre ser o máximo, se tudo que você puder me dar de si, é o mínimo. Não adianta você ser alto, se faz questão de jogar baixo, e nem usar o melhor perfume do mundo, se é só o cheiro e na verdade você também joga sujo. Não trague seu cigarro perto de mim, se suas verdades inventadas são todas intragáveis. Não se faça de vítima, se quem está no alvo do tiro, na verdade, sou eu. Não me coloque em pedestal nenhum, se sua pretensão não é de me alcançar e salvar a vida, qualquer dia. Não faça bater mais forte meu coração, se quando perto do enfarte, você não construir a ponte safenada capaz de me salvar da loucura e da enfermidade. Não jure amor eterno, se sua eternidade for somente até amanhã. Não me chame de princesa, se quando você for coroado rei, outra rainha for sentar-se ao seu lado. Não me dê flores, se sua vontade, assim como a das plantas, também murchar. Não abra a porta do seu carro, se você não estiver ali de pé, em frente à mim, de coração aberto. Não me mande cartas, se você nem ao menos souber onde moro. Não me furte o fôlego, se não for para continuar me beijando. Não saque minhas roupas, se você não quiser também despir meus sonhos e aspirações. Não demonstre todo um sentimento, se quando com seus amigos e família, ele não parece existe. E não seque minhas lágrimas, se algum dia você também as fizer correr pelo meu rosto. Não.

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amar como amam os poetas



Amar como amam os poetas...

É blasfemar contra a sensatez,
é acreditar amar e ser amado...
Poeta é ente maldito!
Indigno de sentimento tão puro,
é digno mesmo de vagar pelo mundo
em eterna aflição e ser escarnecido
por cada objeto de seus desejos.
É digno sim, de sentir inevitavelmente
uma chama intensa queimar o peito.
É também sentir queimar em sua língua
sacrílega, cada verso e promessa de eternidade..

Amar como amam os poetas...

Poetas não são dignos do amor,
são dignos de uma direção incerta,
de se olharesm ridiculos no espelho
e sorrindo e medindo os defeitos
não saber a diferença do que é belo ou vil.

Amar como amam os poetas...

Poesia é fogo que corre no peito,
como fogo escaldante
que invade o corpo e toma a alma
de paixão...
... Desejo...
... Incerteza...
... E medo.
 
Rômulo Narducci

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Escrita versus oral.



Sem joguinhos... A escrita é melhor que a oral. Quando se escreve pode até haver algum sentimento, mas não há o mesmo impacto que algo dito com o mesmo sentimento.
Vou me explicar: vamos supor que tive um dia péssimo, em que tudo deu errado e passei o dia todo chorando e reclamando pelos cantos e tive uma maravilhosa ideia de escrever um texto sobre algo feliz. Nota-se que não estou bem, mas não há importância. Posso acabar de descobrir que fui traida e falar das maravilhas de se ter um relacionamento fiel, porque não? Estou apenas escrevendo o que queria que fosse real, e faço paracer real, é só saber usar as palavras certas.
Mas o 'bicho pega' quando é dito, não há como esconder sentimentos quando se fala. Você pode estar muito bem e fingir estar em um dia péssimo, mas uma hora a sua atuação irá falhar e você esbanjará um sorriso. Ou até mesmo ao contrário, estar mal, muito, muito, muuuito mal e querer fingir estar bem, mas seus olhos, a porta a sua alma te entrega por menos de 30 moedas, e demonstra todo seu sentimento de desolação. O que não ocorre na escrita.
E ai que me pego diversas vezes pensando, porque as pessoas gostam tanto de escrever/ler histórias de romances melosos? Ou até mesmo de terror? Eu tenho a teoria de que é o simples fato de querer sentir o que se escreve/ler... Querer sentir aquela emoção que na realidade não se vive, viver uma história de amor sem mágoas, um terror sem o perigo, uma ação sem ferimentos, um drama sem a dor do choro, um faroeste sem o barulho irritante do revólver e por ai vai.
A emoção vivida da leitura, e a trágica entrega da falada.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Inconstância



Sou inconstante, vou te odiar por meia hora e no dia seguinte serei sua melhor amiga. Ou quem sabe estarei perdidamente apaixonada por você por no máximo cinco minutos. E lhe digo mais, há que se acostume, ou melhor, há quem se apaixone por essa minha inconstância. Não por ser algo fora do comum -  até porque pessoas tendem a ser assim, a se apaixonar por aquilo que não compreendem e ficam a fitar o objeto diferenciado por uma vitrine, sem nunca entrar pra testar - mas sim por nunca saber o que será feito após, criando em mim uma espectativa quase sempre frustrada.
Já aconteceu de estar sentada vendo pessoas jogarem, me sentir entediada e sair pra comprar um salgado, sem avisar nada a ninguém, chateada pela falta de atenção dos outros, quando volto, feliz e contente, com meu salgado na mão, sento e entro no jogo também, e me sobra carinho entre meus amigos que jogam. Sabe, nem sempre é questão de inconstância, o que também beira a compreenção excessiva.
Estou a esperar alguém que marca com encontro comigo, fico uma hora esperando, bufando, saindo fumaça de meus ouvidos, e quem vejo a distância vindo com tamanha felicidade em me ver que contagia? Pois bem, ai paro e penso: "quem estava brava aqui?"
Inconstância não é uma característica ruim como todos pensam, pelo contrário, é uma característica de fortes, de pessoas que sabem a hora certa de ser flexivel e mudar, e já está tão acostumada em ceder ao momento certo que já faz por altruismo, sem nem a necessidade de pensar. Vejamos por um bom ângulo, pessoas inconstantes nunca estão entediadas, sempre tem algo pra fazer, e se não tem ARRUMAM.
Ou se falam sobre um assunto de que não dominam, mudam de assunto nem ao menos se importar se estão gostando ou não, apenas mudam!
O único traço negativo, é o fato das pessoas não entenderem e criticarem de uam maneira rude as vezes, ou em pior das hipóteses, colecionar admiradores, que gostariam de ser tão inconstantes como nós.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Regrada.

Pouco importa se você ainda existe. Na verdade, é isso que eu tenho que dizer, e tentar acreditar a todo custo. Parte de um discurso que não sei se me pertence, mas pedem que decore. Luz, câmera, inanição: fraquejo. Enfraqueço para me fortalecer. Onde antes eu era pura ação, e zero mobilidade, hoje vejo meu pequeno crescimento em conseguir me controlar, e deixar de agir para que comigo ajam.
Melhor não ter um colapso se sei que alguma amiga te viu almoçando em teu lugar predileto, muito menos pensar longe quando ver no estádio de futebol lotado qualquer cara com o seu nome estampado atrás da camiseta - são tantos; ou pior, teu mesmo apelido. Nem fantasiar ao ver um carro idêntico ao seu, nas ruas aguardentes da metrópole, e que você poderia me salvar dos coletivos encharcados de gente me transportando quem sabe pro céu, na sua loucura automotiva (ou mesmo pro seu apartamento).
O que têm me ensinado as pessoas de bom senso muito maior que esse meu, fragilmente indecente, é que foda-se. Que se dane esse seu arrependimento que talvez nem exista. Toca todos esses sinais na fogueira, e deixa queimar, que agora você tem o poder da sua vida nas mãos, e o futuro é logo ali em frente, à direita depois da rotatória. Nada de sentar no meu barzinho irlandês e olhar pro outro lado da rua, na esperança fracassada de tentar ver você com seus comparsas, despreocupados. Deu de bancar a fênix pra cair no fundo do poço, e renascer surpreendendo à todos que desatentos estão. Foge desses amigos em comum que insistem em te fazer perguntas de como ele está, se nem ao menos você sabe. Deixa de ficar olhando todos esses horóscopos que te dizem pra seguir o coração, e não ligar pra opinião alheia. O mais surpreendente nisso tudo? Liguei pro foda-se e deu ocupado.

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Infância Roubada



Hoje me deparei com uma cena muito engraçada, cheguei na casa de uma vizinha pra pegar algo com ela, a irmã mais velha que havia me atendido a porta foi buscar, enquanto me deparava com uma criança, já havia mostrado sinais de não ser tão criança, chega e me diz bom dia. Curiosa como sempre eu pergunto a idade, e sou surpreendida com um fato: não as vestimentas de pijama mais maduro, em seda, não o cabelo liso em channel nem nenhum prendedor, não o seu olhar sobre minhas roupas, mas a sua afirmação sobre sua idade que dizia "Oito anos, infelizmente".
E fiquei tentando entender, infelizmente porque? Com oito anos o que se pode fazer em ser trágico? Ela não é filha de pais separados, a mãe dela tem uma boa renda, ela tem irmãs mais velhas para cuidar dela, algumas brigas, sim pode até haver, mas PORQUE INFELIZMENTE.
Ai me encontro em uma geração que tem pressa demais, pressa de chegar, pressa de sair, pressa de encontrar, pressa de largar, pressa de comer, pressa de sentir, pressa de fazer, até mesmo pressa de crescer!  Não entendo o motivo de uma criança de oito anos não gostar de ter oito anos, e achar isso ruim... Quando tinha a idade dela eu também queria ser grande, verdade, mas não achava ruim ser pequena, era ruim apenas ter que sair acompanhada, ter mais cuidados, e as vezes até mesmo ser buscada na escola.
Mas nos dias de hoje, vejo crianças de 12 anos na rua bebendo, fumando, se drogando como se tivesse 18! Não é assim, as pessoas não estão levando nem um pouco a sério o fato de ser importante ter uma infância saudável?  O fato de brinquedos, bonecas, prendedores, laços, enfeites, doces são divertidos?
Não, eu não sou uma criança frustrada... eu sou uma jovem imprecionada! Quando criança tinha meus assessos de 'mocinha', mas isso nunca influênciou de tamanha maneira como influência dessas crianças.
tenho dó dessas... dó ;x

domingo, 7 de novembro de 2010

erros.




Eu não sei conviver com pessoas perfeitas. Não que eu goste do erro, mas acredito que, de certa forma, eles nos definem. É bom saber que é preciso errar pra poder, enfim, acertar. Errar pra pensar. Pessoas perfeitas não erram nunca. Não pensam nas suas atitudes, pois tudo o que fazem é certo. Pessoas perfeitas são pessoas vazias. Não se permitem sentir, não falam besteira, não arriscam, não se deixam levar. Pessoas perfeitas têm a necessidade de ter tudo sob controle, tudo em suas próprias mãos, nunca na dos outros. Arriscado demais. Pessoas perfeitas exigem perfeição. Um erro e está, automaticamente, riscado da lista. Eu gosto mesmo do imperfeito. Do erro, do fazer as pazes, do frio na barriga ao pedir desculpas a alguém. Eu gosto do excesso, da vontade de gritar quando tudo está errado, da coragem que se deve ter para enfrentar os dias, do medo bom de se perder. Eu gosto do novo, do poder que temos de mudar o jogo quando realmente queremos, do esforço reconhecido, dos dias que não voltam mais. Eu gosto da adrenalina que existe ao saber que outro alguém gosta de você simplesmente pelo fato de você errar, errar e errar e, ainda assim, ser perfeito aos olhos dele. Só assim percebemos que existem coisas maiores - e melhores - que a perfeição.

Ter ou não ter namorado, eis a questão





Atribuído a Carlos Drummond de Andrade,
mas é de Artur da Távola


Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. 
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

sábado, 6 de novembro de 2010

Hoje em dia se tu não falar de política, maconha ou putaria tu é emo. Acho que não tem graça, não tenho vontade de falar sobre uma possível plantação de maconha, sobre subir num morro pra pegar pó. Eu não quero falar do trenzinho que vai uma mina no meio e um cara na frente, eu não quero saber da mina rebolando até o chão e eu acho que não adianta nada ficar falando da direita quando a esquerda vai cagar tudo também. Acho que tem que falar de amor sem ter vergonha mesmo, porque eu acho que o que a gente fala acaba sendo mais positivo pras pessoas do que tu incentivar certas coisas que todo mundo deveria decidir sozinho. Eu acho que falar de amor não faz mal pra ninguém, a gente não tá sendo ruim com ninguém.


Lucas Silveira 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Desapego, a doença do século




É engraçado isso em mim... Perdi a conta de tanta gente me querendo, me buscando, querendo me colocar em um potinho, para quem sabe um dia poder usufruir do meu estado alegre, e sensibilidade espontânea, as vezes até com a raiva de querer matar, e alguns socos que não fazem nem cossegas. Mas o mais trágico comico, é que as vezes podem ter isso de mim de graça, dando apenas um chamego, um carinho ou até mesmo um minuto de atenção. E o doce animal sentimental fica ali, sentado, esperando, com os olhos brilhando e com uma áurea de dar dó, esperando apenas uma mão pra fazer um cafuné, pra em troca, dar tudo o que puder, desde companhia a até a vida. Sendo que uma hora, até mesmo o cãozinha abandonado, quando percebe que não terá ao menos uma migalha do que se espera, ele sai a procura de outro lugar a busca de comida pra sobreviver... Ou no meu caso, o amor pra sobreviver. E quando se vai, a tendência e sentir falta e procurar, e não seria muito mais fácil não haver a necessidade de ir? Hã, acho que não. Algumas vezes eu mesma só notei o quanto era bom a presença de alguém na sua ausência, até mesmo apenas senti falta quando precisei [sendo que ai é interesse, então não conta].
Pra concluir, num blog em que não tenho mais ideia do que escrever, digo de passagem: não pensem, queridos leitores, que desapego é descaso! Eu adorei a teoria do desapego, mas nem por isso trato pessoa superficialmente. Desapego é deixa de lado O QUE TE FAZ MAL, não banalizar e deixar tudo e todos de lado. Infelizmente, em um século em que tudo já é banalizado, ninguém entenderá esse meu apelo, meu grito, meu socorro.

Jess Mendonça

poesia

Você passou da conta;

e me tirou do sério.
Você fez tudo errado e acabou o mistério.
Hoje eu tirei a prova.
Hoje eu saí pra rua.
Hoje eu dividi a minha vida e a sua.
Não dá mais, não valeu
dessa vez, você me perdeu.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Minha lataria expirou.


Sentimentos... Nessa hora me acho besta, destranbelhada e ainda assim bem. Vou explicar: durante algum tempo peguei o amor, enfiei numa sacola, rodei.. rodei.. rodei e atirei o mais longe possivel, por saber que esse sentimento não era pra mim. Em tese estava certa, vários relacionamentos e pseudo-relacionamentos em que quando não magoava era magoada, quando não fazia chorar, chorava. Então me aposentei... Até então.
Foi quando algo medonho aconteceu: Eu acordei bem contando as horas pra ver apenas um pedaço de carne com uma alma dentro, sabendo que faltariam apenas 12 horas para ve-lô liguei, dizendo que queria saber se estava bem, mentira! O que eu queria era apenas ouvir aquela voz boba e feliz que o pedaço de carne sempre carrega. Mas o mais engraçado, é que não tenho mais vontade de chamar pessoas de 'pedaço de carne com alma', tenho vontade de chamar de pessoas. Agora lembro de momentos únicos e rio sozinho, e quando vejo tô com aquele sorriso bobo no rosto lembrando de afagos e carinhos. Isso pra mim deve ser defeito na minha lataria, será que meu coração de lata voltou a bater? Quando eu já tinha enterrado? Ou será que apenas é falta de óleo e engasgou aqui?
Andando na rua, sigo cantarolando, tô mais calma, mas tranquila, mas leve, mais humana. Não faz setindo, agora até fecho os olhos pra orar! Tinha entregado Deus a Ele mesmo, e agora o quero de volta. Tinha pego minha vida afetiva e escondido, agora a recebo bem. Agora não discuto, deixo cada um com sua opnião, sigo feliz, mesmo faltando motivo, e o mais assustador em mim: não sinto mais aquela necessidade de ter alguém, fico feliz só em saber que alguém me tem.