segunda-feira, 18 de outubro de 2010

vamos comigo?



É muito cômico como sentimentos acontecem. Eles são assim: metade felicidade, metade solidão. Ninguém é feliz por completo no amor, e ainda assim, ninguém é totalmente presente na paixão, é sempre um pouco da cada. O ruim é quando a gente se apaixona, se entrega, e cai, de maneira mais desleal de cara no chão, enfiando o belo nariz arrebitado na lama, como aconteceu diversas vezes comigo, e ainda vem acontecendo mais outras.
É assim, me apaixono fácil, me entrego, fico por dias esperando pra ver a atitude, a paixão, o carinho, o afeto, o sentimento... E nada, vejo aquele deserto de solidão, a vontade de estar perto não saciada vira vontade de se deitar no quarto ao som de uma música triste, refazendo e fazendo a história de amor não existente, com uma taça de vinho talvez, aquela negação de pegar mais um cigarro... O vício querendo voltar, e sua tentativa de esquecer, pensando ser uma coisa idiota, se entregar pra alguém que não te quer.
Algumas vezes choro, outras apenas mordo o travesseiro ou durmo, depende do estado de carência e humor do dia. Muitas vezes sofri por amar, ou até por gostar demais... Mas dessa vez assumo que será diferente, dessa vez meu vinho não será mais vinho, será pão. Não há mais ilusão, irá apenas existir o pão, a realidade, o que de fato é, e não como poderia ser. Meu quarto não será mais meu refúgio, será minha pista de dança, nele inventarei passos, dançarei tango, pop, hip hop, seja o que for que me faça feliz por uma hora ou duas, ou provavelmente por uma vida. Sairei com amigos, amigas, animas ursos de pelúcia, seja o que for, mas serei feliz, sairei nem que seja com a melhor companhia que tiver: eu mesma! Olharei no espelho, verei que até mesmo sem nenhuma maquiagem, esse é o rosto mais bonito que eu poderia ter, sem botox, sem aquele batom vermelho artificial, sem aquela maquiagem preta pesada, que sempre me dá a aparência de mais velha que tanto almejo. Dessa vez sairei com meu rosto nu, impecavelmente lindo... Simples, com linhas amenas, com aparência de 16 anos mesmo, que seja... Pra que parecer mais velha se todos querem a minha aparência de jovem? Nessa chuva que cai lá fora, serão pra mim apenas gotas, e não lágrimas que caem no lugar que poderia vazar de meu rosto. Chuva é chuva e nunca foi mais que isso, não há mais em mim essa necessidade de sempre achar que tudo é por minha causa, não é, nunca foi e nunca será assim.
Sairei pra ser feliz, sozinha ou acompanhada, percebi que não faz a mínima diferença, o que na verdade, mais importa é como estou por dentro, e eu a mais feliz que poderia ser, com o rosto, o corpo, o cabelo mais bonito que poderia ter, porque estes são meus. Meus olhos agora tão castanhos irão brilhar em seu tom mel, não porque há sol, mas porque dessa vez, há luz em mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem suas ideias e opniões: Seja também alguém que cria!