quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Uma carta pra você



Foi engraço entrar nesse ônibus desembestado, num impasse estranho, metade de mim quer te esquecer e te ver bem longe da minha vida, enquanto outra metade insiste em te querer, em olhar nos seus olhos imaginando se você também vê o brilho dos meus ao te ver, em me importar, em ligar, mandar mensagem, encher o saco e mostrar presença... E tudo isso eu pensava num fração de segundos enquanto entrava e te avistava. Não deu... Foi mais forte que eu e sentei ao teu lado. Tentava não te encarar, não tagarelar e falara apenas por falar. O que mais machuca é o vento batendo e seu perfume vindo em mim, não, eu preciso ficar na janela! Mas ainda assim queria estar ao seu lado, e mais uma vez a boba fica. Puxa um assunto, conversa, conta histórias engraçadas e ri de casualidades. Porque mesmo que você nunca seja a outra metade da minha emoção, que seja a metade da minha razão. Algumas coisas eram ditas por você que me faziam ficar chateada, mas não importa, eu sei disfarçar fingindo ser sono, e fica fácil assim com a minha pele branca, que nesses últimos dias tem ficado mais pálida devido a mil doenças que adquiri por não me alimentar. Quando vejo é minha parada, me despeço e sigo novamente meu rumo. Não faz diferença se desci bem, ou se não olhei pra trás pra me despedir. Porque você estaria me fitando? Porque você olharia meus passos pela noite chuvosa? Porque deveria te contar que já há outro rapaz? E por qual motivo deveria lhe dizer que mesmo assim, ainda estaria ali por você? Mas isso é passado, que eu já tenha dito, tenho até o fim do ano pra esquecer... Quando estourar os fogos de Reveillon, meu pedido será : "quero esquecer tudo o que não se lembra de mim" e no meu primeiro gole de Champagne, esquecerei seu nome, pode crer.


Jess Mendonça
Liezel Menniguer  

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